O que é o líquido amniótico?
O líquido amniótico é aquele que se encontra dentro da bolsa onde está o bebê. O líquido amniótico envolve o bebê durante todo o seu desenvolvimento, dentro do saco amniótico, também conhecido como bolsa das águas.
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Volume de líquido amniótico no início da gestação |
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Volume de líquido amniótico no início da gestação |
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Volume de líquido amniótico na metade da gestação |
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Volume de líquido amniótico no final da gestação |
Para que serve?
Esse líquido protege o bebê e é muito importante para o desenvolvimento de alguns órgãos, como pulmões e sistema gastrointestinal.
Ao engolir esse líquido, seu filho vai completando o desenvolvimento desses órgãos. Isso também permite que ele se mexa dentro da barriga, promovendo o desenvolvimento de ossos e músculos, além de:
• Amortecer choques e movimentos bruscos;
• Impedir que o cordão umbilical seja comprimido, o que prejudicaria o fornecimento de oxigênio para o bebê;
• Manter uma temperatura constante dentro do útero;
• Proteger o bebê contra infecções.
Qual é a quantidade ideal de líquido?
O volume de líquido amniótico vai aumentando com o decorrer da gravidez, e costuma chegar à sua quantidade máxima por volta de 34 a 36 semanas de gravidez. Nessa altura, você tem entre 800 ml e 1 litro de líquido dentro do útero. Depois disso, o volume vai diminuindo aos poucos, até o bebê nascer.
Volume de Líquido Amniótico
Tempo de Gestação
Volume de Líquido Amniótico | ||||
IG (sem) | Feto (g) | Placenta (g) | LA (mL) | % Líquido |
16 | 100 | 100 | 200 | 50 |
28 | 1000 | 200 | 1000 | 45 |
36 | 2500 | 400 | 900 | 24 |
40 | 3300 | 500 | 800 | 17 |
Queenan (1991) |
Como dá para saber quanto líquido tem dentro da barriga?
Para medir a quantidade de líquido, é preciso fazer um ultra-som. Seu médico vai solicitar um se desconfiar de que a quantidade de líquido está abaixo da ideal. Veja alguns sinais de que isso pode estar ocorrendo:
• quando a mulher está perdendo líquido amniótico pela vagina
• quando o bebê está menor que o normal para a idade gestacional
• quando o médico consegue apalpar fácil o bebê pelo lado de fora da barriga
• quando a mulher não está sentindo o bebê mexer com frequência
• quando a mulher já teve outro filho que nasceu pequeno para a idade gestacional
• quando a mulher tem pressão alta
• quando a mulher está com diabetes
• quando a mulher sofre de lúpus
• quando a mulher está perdendo líquido amniótico pela vagina
• quando o bebê está menor que o normal para a idade gestacional
• quando o médico consegue apalpar fácil o bebê pelo lado de fora da barriga
• quando a mulher não está sentindo o bebê mexer com frequência
• quando a mulher já teve outro filho que nasceu pequeno para a idade gestacional
• quando a mulher tem pressão alta
• quando a mulher está com diabetes
• quando a mulher sofre de lúpus
Com a ultra-sonografia, dá para medir os bolsões de líquido em vários pontos do útero (o espaço entre o bebê e a parede uterina), e o especialista faz um cálculo que resulta no índice de líquido amniótico (ILA). No terceiro trimestre, o ILA deve estar entre 5 cm e 25 cm. Um índice abaixo de 7 cm é considerado sinal de alerta, e com menos de 5 cm pode fazer com que os médicos prefiram adiantar o parto.
Índice de Líquido Amniótico
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Moore &Cayle,1990 |
Poli-hidrâmnio relativo ILA= 250-300mm
Poli-hidrâmnio absoluto ILA> 300 mm
Oligo-hidrâmnio relativo ILA= 20-80 mm
Oligo-hidrâmnio absoluto ILA< 20 mm
O que é oligoidrâmnio?
Essa palavra complicada significa que você está com menos líquido amniótico que o ideal dentro do útero. Quando acontece o contrário, o excesso de líquido amniótico é chamado de hidrâmnios ou polidrâmnio. A redução no líquido amniótico não é tão rara: cerca de 8 por cento das grávidas têm oligoidrâmnio em algum ponto da gestação, normalmente no terceiro trimestre.
O bebê corre riscos por eu estar com pouco líquido?
Uma insuficiência prolongada na quantidade de líquido amniótico durante a gravidez pode causar alguns problemas no desenvolvimento de seu bebê.
Os problemas podem variar de acordo com a quantidade que houver diminuído e com a etapa da gravidez em que ocorrerem.
Por exemplo, se acontecerem durante a primeira metade da gravidez, haverá maiores riscos de malformações, abortos espontâneos ou parto muito prematuro.
As consequências para o bebê dependem da causa da redução no líquido, e se a quantidade está mesmo muito pequena. Pode acontecer em qualquer etapa da gravidez, mas é mais freqüente durante o último trimestre e não exige nenhuma providência, só um acompanhamento um pouco mais atento da gravidez. Não há sintomas específicos.
A maior preocupação quando há redução no volume de líquido antes do terceiro trimestre é que o crescimento dos pulmões do bebê seja prejudicado. Por isso, é provável que você seja submetida a ultra-sonografias com mais frequência para acompanhar o desenvolvimento do seu filho. A possibilidade de parto prematuro é outra preocupação.
Pode ser, porém, que os médicos decidam que o bebê vai se desenvolver melhor fora do útero do que dentro, e resolvam antecipar o parto. É comum que, em casos de falta de líquido amniótico, o bebê esteja sentado, pois o líquido é que facilitaria a movimentação dentro do útero e o posicionamento de cabeça para baixo.
As causas dessa complicação não estão determinadas ainda, mas costumam acontecer quando a gravidez se prolonga, já que o líquido diminui naturalmente quando o bebê já deveria ter nascido ou quando há algum problema no desenvolvimento.
O tratamento será determinado pelo médico, levando em consideração suas características e o que for melhor para você e para o bebê. Geralmente, recomendam-se repouso e beber muito líquido. É necessário um acompanhamento freqüente e detalhado da evolução do bebê e da quantidade de líquido amniótico.
Uma forma de minimizar seus riscos é substituir o líquido perdido por outro similar. Esse procedimento é chamado de amnioinfusão. Se sua saúde e a do bebê estiverem em risco, provavelmente o médico tentará realizar o parto o mais cedo possível.
Por que o líquido diminui?
Nem sempre a causa do oligoidrâmnio é conhecida. A diminuição do volume das águas é mais observada nos meses de clima quente, por isso os especialistas acreditam que ela tenha relação com a desidratação materna. Dessa maneira, seu médico vai recomendar que você tome muito líquido. Repouso e banhos de imersão também costumam ser recomendados pelos obstetras.
Existem outras causas específicas para a redução no líquido, e cada uma tem seu próprio tratamento. Conheça as causas mais comuns:
Ruptura parcial da bolsa
Quando há uma pequena abertura na bolsa, o líquido pode escapar. Pode acontecer em qualquer ponto da gravidez, mas é muito mais frequente perto do final da gestação. Às vezes a abertura se fecha sozinha e o líquido pára de vazar (por exemplo, quando a perda de líquido acontece depois de uma amniocentese.
O maior perigo dessa ruptura parcial da bolsa, além do oligoidrâmnio, é a entrada de bactérias, que podem provocar uma infecção. Assim, seu médico estará mais atento para qualquer sinal de infecção.
Problemas na placenta
Pode ser que a placenta não esteja produzindo sangue e nutrientes em quantidade adequada para o desenvolvimento do bebê. Quando os bebês são pequenos, produzem menor quantidade de urina, por isso os níveis de líquido amniótico ficam baixos.
Anomalias no bebê
Quando o líquido fica abaixo do normal ainda no primeiro ou no segundo trimestre, pode ser que haja alguma malformação interferindo na produção de urina pelo bebê. O médico deve pedir um ultra-som detalhado para verificar o desenvolvimento dos rins do bebê e do trato urinário, além do coração.
Síndrome da transfusão feto-fetal
Quando a mulher está grávida de gêmeos idênticos e cada um tem sua própria bolsa, há entre 10 e 15 por cento de possibilidade de eles terem a síndrome da transfusão feto-fetal -- um bebê recebe mais sangue e nutrientes da placenta que o outro. Nesses casos, o gêmeo "doador" acaba ficando com menos líquido amniótico, enquanto o "receptor" fica com líquido em excesso.
Se você estiver grávida de gêmeos, terá que fazer ultra-sonografias com frequência para acompanhar os níveis de líquido amniótico e o desenvolvimento de cada bebê.
Medicamentos
Determinados remédios podem causar oligoidrâmnio. A medicação contra hipertensão à base de inibidores da enzima conversora da angiotensina (inibidores da ACE), por exemplo, afeta o funcionamento dos rins do bebê e deve ser evitada. Alguns remédios usados para combater a ameaça de parto prematuro também podem afetar os rins do bebê, assim como o ibuprofeno. Nunca use nenhum remédio na gravidez sem falar com o médico.