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domingo, 15 de maio de 2011

Exercícios Perineais


Façam exercícíos perineais pelo menos 3 vezes por semana, para aumentar a força de contração e melhorar a elasticidade muscular que ajudará no momento expulsivo no parto. Além de prevenir a perda de urina ( incontinência urinária).

1- Deitada de costas, joelhos fletidos, inspirar, realizar o movimento de báscula, contraindo o períneo, enquanto expira. Manter a contração por 10 segundos. Realizar 10 contrações.

2- Deitada de costas, joelhos fletidos, almofada ou bola de leite entre os joelhos, inspirar e apertar a almofada, contraindo o períneo, enquanto expira. Realizar 10 contrações sustentadas por 10 segundos.

3- Deitada de costas, solas dos pés unidas (Borboleta), inspirar e na expiração, contrair períneo realizando o “pisca” (contrações rápidas) repetir 10 vezes.


4- Em posição de gato, realizar báscula de quadril e contrair a musculatura do períneo simultaneamente, durante a expiração, sustentando-a por 10 segundos, seguida de 4 contrações rápidas de 1 segundo.



5- Deitada de costas, contraia o períneo e eleve o quadril da cama enquanto inspira fazendo ponte. Volte
lentamente à posição inicial, enquanto expira. Realizar 10 contrações sustentadas por 10 segundos.

Dúvidas frequentes do Trabalho de Parto e Parto


Como é o inicio do trabalho de parto?
O trabalho de parto é divido em dois momentos, a fase latente e a fase ativa.

A fase latente precede a fase ativa e muitas vezes deixa a gestante em dúvida se já está ou não em trabalho de parto. Esta fase se caracteriza pela presença de contrações uterinas irregulares quanto à intensidade, ritmo e duração. A fase latente pode se manifestar durante algumas horas ou até alguns dias. Em alguns casos a gestante não percebe claramente que está na fase latente, pois, a mesma se dá de maneira prolongada, muito suave e discreta. Não perceber a fase latente não configura um problema ou perigo para a mãe ou para o bebê.

Quando a fase latente é perceptível, é muito comum que as gestantes menos avisadas queiram ir ao hospital achando que já estão na fase ativa do trabalho de parto. Como na fase latente a dilatação ocorre muito lentamente é comum que os profissionais de saúde impacientes digam que já se passaram muitas horas e não houve nenhuma progressão da dilatação, então indicam a cesariana por falta de dilatação.

O que se espera, é que nesta fase, o colo do útero afine (esvaeça) e chegue até 3 centímetros de dilatação. Nas primigestas, enquanto o colo não estiver fino a dilatação não terá início.
A fase ativa do trabalho de parto não deixa muitas dúvidas para a gestante. Aquelas que nunca passaram por um trabalho de parto perceberão algo que nunca sentiram. Aquelas que já tiveram partos normais saberão identificá-lo.

A fase ativa do trabalho de parto se caracteriza por:As contrações são rítmicas e aparecem a cada 3 ou 4 minutos. Cada contração dura 40 segundos ou mais. A intensidade deve ser maior do que aquelas do período de latência. (Lembremos que algumas mulheres não percebem claramente a fase latente e, portanto começarão percebendo as contrações da fase ativa que são doloridas e tendem a ficar mais forte à medida que o tempo progride).

O colo do útero deve estar com no mínimo 3 centímetros de dilatação e completamente esvaecido (fino) nas primigestas. Nas multíparas estas regras não valem, pois algumas já têm uma certa dilatação antes de entrar em trabalho de parto, ou o colo uterino não está fino durante a fase ativa.

A bolsa das águas deve ficar abaulada e tensa durante as contrações, isto se chama formação de bolsão.
Nas primigestas estas 3 características devem estar presentes para que possamos dizer que a mulher entrou na fase ativa do trabalho de parto.

Nas multíparas a característica mais importante é a presença de contrações rítmicas e fortes.

Quanto dura o trabalho de parto?
O trabalho de parto costuma ser mais longo para as primigestas e mais curto para as multíparas. Para as primigestas a média de duração é de 12 a 16 horas, podendo levar mais ou menos tempo. Para as multíparas a duração média é 6 a 10 horas, podendo variar de acordo com cada mulher.

É verdade que o primeiro sinal do início do trabalho de parto é a ruptura da bolsa das águas?
Não, a ruptura da bolsa das águas a partir da 34ª semana de gestação significa que o bebê deverá nascer, mas não que a gestante já entrou em trabalho de parto. As gestantes, em 80% dos casos, costumam entrar em trabalho de parto nas primeiras 8 horas após a ruptura da bolsa das águas. As características do trabalho de parto estão descritas na primeira pergunta deste FAQ.

O bebê precisa estar encaixado para iniciar o trabalho de parto?
Não, o trabalho de parto pode ter início sem o bebê estar encaixado. O encaixe da cabeça do bebê pode acontecer antes ou durante o trabalho de parto.

É possível o bebê nascer sem eu sentir nada?
Não, mesmo que a mulher tenha muitos filhos. Algumas mulheres não sentem dor, porém sentem as contrações uterinas. Quando o bebê está nascendo a mulher sente uma pressão na vagina.

Assim que as contrações começarem já preciso ir para o hospital?
Não, o melhor momento de ir ao hospital é quando chega a fase ativa do trabalho de parto, ou seja, todas as contrações são fortes e aparecem com intervalos ritmados de 3 a 5 minutos.

Massagem durante as contrações


Quando devo avisar meu médico?
Você deve comunicar seu médico se:
Seu bebê diminuir muito os movimentos
A bolsa das águas romper
Apresentar sangramento
Apresentar 3 contrações a cada 10 minutos e cada contração deve durar no mínimo 40 segundos.

Será que vou saber que entrei em trabalho de parto?
Mesmo as mulheres que nunca tiveram um bebê conseguem perceber que estão em trabalho de parto. A sensação das contrações acompanhadas de algum tipo de dor é algo que ela nunca sentiu, portanto ao iniciarem estas contrações a mulher perceberá que algo diferente está acontecendo em seu corpo. Aquelas que já tiveram bebê conseguem reconhecer as sensações do trabalho de parto.

O que vou sentir quando o bebê for nascer?
Quando o bebê está bem próximo de nascer significa que sua dilatação já está completa. Após a dilatação total, o bebê começa o processo de descida através na vagina (período expulsivo do trabalho de parto), e leva em média 1 hora até que o bebê nasça (existem casos onde este processo pode demorar algumas horas). A característica das contrações, geralmente, fica diferente neste momento, em geral menos doloridas. Quando a cabeça do bebê está chegando na vulva, a gestante começa ter uma sensação de peso na vagina e muitas vezes esta sensação se confunde com uma nítida vontade de evacuar (a cabeça fetal empurra o reto e provoca o desejo de evacuar). Quando a gestante não tem esta informação, tende a querer segurar as supostas fezes para não evacuar e aí segura a saída do bebê. No momento que o desejo de evacuar aparece significa que o bebê está bem próximo do nascimento. A cabeça continuará descendo até que comece a forçar a vulva para que esta dilate (coroar), o que provoca uma sensação de ardor intenso que se mantém até que a cabeça do bebê saia completamente. Em seguida, saem os ombros, ora com muita facilidade, ora necessita de mais uma contração e ajuda do profissional para que se desprenda da mãe. E depois disto tudo, a mãe sentirá uma sensação muito forte de alegria por ver seu bebê!
Não devemos esquecer que alguns minutos após o nascimento da criança a placenta sairá com ajuda de mais uma contração e causando um desconforto rápido na vagina. Após o nascimento a vulva costuma ficar com uma sensação de ardor, que melhora em alguns minutos.

Parto na Água


É verdade que o bebê pára de mexer quando o trabalho de parto começa?
Não, alguns diminuem seus movimentos, mas outros permanecem se movimentando até a hora do nascimento. Se seu bebê diminui ou parou de se movimentar é melhor procurar seu médico ou serviço de saúde para avaliação.

Sangramento é normal durante o trabalho de parto?
Um sangramento em pequena quantidade é bastante comum no trabalho de parto, mas se for igual a uma menstruação procure imediatamente um serviço de saúde.

Qual a melhor posição para ficar durante o trabalho de parto?
A gestante deve procurar uma posição que lhe seja confortável. O que mais ajuda a boa evolução do trabalho de parto é a gestante permanecer ativa, caminhando, agachando, tomando banho, ficando de joelhos, etc. A posição menos favorável é a deitada, pois o peso do bebê não força o colo do útero e, além disso, comprime a irrigação sanguínea para o útero o que pode provocar sofrimento fetal.



Posso comer e beber durante o TP? O que é melhor?
Pode e deve manter-se alimentada e hidratada durante o trabalho de parto. É conveniente comer alimentos de fácil digestão e alto valor calórico (frutas secas, sementes, mel, chocolate, barra de cereais). Quanto aos líquidos, a gestante deve evitar os refrigerantes e dar preferência a sucos naturais, água de coco, chás. É sempre bom ter a mão canela, gengibre e açúcar mascavo caso o chá seja indicado pelo seu médico ou parteira.

O que são e para que servem as contrações?
Como o próprio nome diz, contração significa que algo está se contraindo. Quem se contrai é o útero. O útero é um órgão que tem a forma de uma bexiga de aniversário e em seu interior está o bebê. Onde damos o nó na bexiga corresponde ao colo do útero. O ar do interior da bexiga corresponde ao líquido amniótico (água). A bexiga de aniversário é feita de um material plástico e o útero é feito de músculo. Este músculo é que contrai, assim como o nosso coração contrai para enviar sangue para todo nosso corpo, o útero contrai para empurrar a cabeça do bebê contra o colo do útero e assim fazer com este se abra (dilatação) para a saída do feto.

Se a bolsa não romper espontaneamente é preciso que o médico faça isto artificialmente?
Não, a bolsa das águas pode permanecer intacta até o nascimento do bebê. Em geral, a bolsa acaba rompendo espontaneamente no período expulsivo ou quando o bebê está coroando.

A partir de quantas semanas o bebê pode nascer saudável?
A partir da 38ª semana de gestação o bebê pode nascer sem nenhum problema.

Até quantas semanas posso esperar que o bebê nasça?
Até completar 42 semanas. Após este período é possível esperar um pouco mais, mas com uma monitorização fetal mais apurada.

Dúvidas Sobre Parto Normal



Pathy Oliver

Assoalho pélvico no pré-parto, parto e pós-parto


Com a gravidez, o corpo da mulher sofre alterações fisiológicas progressivas e contínuas enquanto ela se prepara para vivenciar uma nova função em seu círculo familiar e social. E é no período pré-natal que a grávida deve ser orientada quanto às etapas que vivenciará durante a gestação, no trabalho de parto e no pós-parto, ou puerpério como é conhecido esse período.


Os esclarecimentos e a educação da gestante se fazem sempre necessários, pois uma mulher bem preparada e acolhida pode contribuir satisfatoriamente para a evolução natural do parto.

É função do fisioterapeuta especializado em Saúde da Mulher trabalhar com a gestante, orientando e sensibilizando-a para que desenvolva toda a potencialidade de seu corpo, cujo controle e coordenação serão solicitados neste momento tão especial que é o parto. E todo esse trabalho pode e deve ser iniciado por uma região do corpo importante, porém muitas vezes desconhecida: o assoalho pélvico.

O assoalho pélvico (ou períneo, como é conhecido) é o conjunto de músculos, ligamentos e fáscias, que fecha a pelve e é perfurado por três orifícios: a uretra, a vagina e o ânus. Seu papel é o de sustentar vísceras pélvicas e abdominais, manter a função urinária e fecal, além de participar da função sexual e permitir a passagem do bebê no momento do parto.


Durante a gestação essa musculatura é bastante exigida, uma vez que necessita manter o útero gravídico, ou seja, o útero e o bebê em constante crescimento. Para que o assoalho pélvico desenvolva bem sua função na gravidez, é preciso que esteja forte e elástico, a fim de permitir a sustentação do bebê e sua saída no momento do parto, causando o menor estresse possível para o corpo da mãe.

Por muito tempo o parto normal foi considerado o grande vilão do assoalho pélvico, sendo responsabilizado pelo aparecimento de incontinência urinária e fecal. Porém, sabe-se atualmente que a gestação por si só já é um importante fator desencadeante e/ou agravante das incontinências, e não necessariamente o tipo de parto.

Uma musculatura perineal fraca pode levar à repetição de sintomas urinários nas gestações futuras e, posteriormente, ao longo da vida. Além disso, as lesões consecutivas à distensão do assoalho pélvico durante um parto mal-orientado podem afetar elementos como pele, ligamentos, nervos e músculos.

Por isso, há necessidade de se trabalhar esses músculos durante toda a gravidez, para que no momento do parto ajudem na proteção contra lesões e disfunções do assoalho pélvico como a incontinência urinária e fecal, disfunções sexuais e prolapsos de vísceras.

Com a evolução da gravidez, a bexiga desloca-se, sendo comprimida pelo útero gravídico e o assoalho pélvico sofre uma sobrecarga e sua força muscular diminui, devido às alterações hormonais e biomecânicas normais da gestação. Essa situação, juntamente com outros fatores como:

- Presença de constipação intestinal crônica (comum nas mulheres;
- Má postura;
- Ganho excessivo de peso;
- Hábitos urinários inadequados(como “segurar” a vontade de urinar por muito tempo.

Podem levar a gestante à incontinência urinária.

A incontinência urinária é a perda involuntária de urina, podendo ocorrer em 17 a 67% das gestantes, dependendo do período da gestação, podendo inicialmente se manifestar com desejo súbito e incontrolável de urinar, acompanhado de freqüentes idas ao banheiro, seja durante o dia ou à noite. É uma condição desagradável e constrangedora que causa nas gestantes o desejo de retomar o estado pré-gravídico o mais breve possível, visto que muitas delas entendem a incontinência como uma condição natural da gestação e que logo após o parto voltará ao normal.

No momento do parto, para que a cabeça do bebê alcance a superfície pélvica, o assoalho pélvico e outras estruturas como a vagina, bexiga e uretra sofrem estiramentos, alongamentos, compressões e dilatações, formando então o canal de parto.

São essas alterações das estruturas pélvicas à frente do feto que podem causar danos à inervação dos músculos pélvicos superficiais durante o parto, aumentando o risco de uma incontinência urinária e disfunções do assoalho pélvico pós-parto.

O tratamento da incontinência urinária e de outras disfunções do assoalho pélvico pode ser clínico, cirúrgico ou conservador, porém nem sempre as intervenções cirúrgicas são as mais indicadas.Por esse motivo, devemos sempre ressaltar a importância da atuação preventiva da Fisioterapia durante toda a gestação e no pós-parto (imediato e tardio), principalmente para aquelas mulheres que tiveram alguma disfunção ainda na gestação.

A avaliação fisioterapêutica e reabilitação da função do assoalho pélvico durante a gestação podem ser feitas através de toque bidigital, biofeedback perineal, perineômetro, exercícios perineais, diário miccional e até mesmo cones vaginais, sendo perfeitamente realizável entre o terceiro e sétimo mês de gestação.

Já no pós-parto, utilizamos recursos adicionais como eletroestimulação e a massagem perineal para acelerar a cicatrização e prevenir de aderências.

O objetivo do tratamento fisioterapêutico é “despertar” o assoalho pélvico, aumentando sua sensibilidade, fortalecendo e treinando-o a contrair e relaxar voluntariamente.

Tanto a escolha do método quanto a duração do tratamento dependem do tipo de disfunção, da integridade dos reflexos perineais e da sensibilidade local.É importante salientar que ao tornar-se rotina em nossos serviços de saúde, o acompanhamento fisioterapêutico da gestante poderá prevenir e reabilitar disfunções, proporcionando melhor qualidade de vida à mulher, um nascimento mais participativo e humanizado e um pós-parto com menos complicações.

Dor do parto: como aliviar?

Matéria da Revista Crescer.
Com o corpo e as emoções em sintonia, você pode tornar a experiência do nascimento positiva e inesquecível!

Lélia Chacon
A vida ensina que as dores são passageiras. As mais corriqueiras, como garantem há anos mães, avós e bisavós, “passam antes de a gente casar”. É esse simples relato de dor que a maioria das gestantes leva para o parto, sem saber por que e quanto poderá suportar. Da ignorância vem o medo, e do medo, muito mais dor. Não é um jogo de palavras. A ciência já comprovou que a dor não é um processo puramente físico. Ela também está sob influência de nossas crenças e emoções. Por isso, em vez de alimentar ansiedades enquanto espera seu bebê nascer, prepare-se para esse momento. Além de suas experiências pessoais, muitas informações, dicas e técnicas podem ajudá-la a aliviar a dor na hora do parto, eliminando ou diminuindo a necessidade da anestesia e, principalmente, evitando a opção prematura por uma cesárea.




Como é a dor do parto?
Ela pode ser comparada a uma cólica menstrual intensa, mas não é constante. Como uma onda, tem começo, meio e fim e você pode relaxar nos intervalos. A intensidade varia conforme a sensibilidade do seu organismo.

Onde dói?
Como o útero se fixa na região lombar, em geral, a dor começa nas costas e se irradia pelos quadris e pelo abdômen. Ela costuma ser mais intensa quando faltam três centímetros para completar os dez centímetros de dilatação uterina. As fases seguintes são de expulsão, do bebê e da placenta. Durante esses períodos, é comum a parturiente dizer que “não suporta mais”, para em seguida perceber que pode ultrapassar o limiar da dor, porque ela não aumenta. Isso quer dizer que você não sente num período mais dor do que já estava sentindo no anterior.

A emoção interfere?
Sentimentos e atitudes positivos em relação à gravidez e ao parto ajudam a aliviar a dor por diminuir o estado de tensão. Isso porque, quando você está tensa, o organismo produz drenalina. Um estado crônico ou muito prolongado de tensão produz a substância em excesso, o que pode inibir a ação da musculatura uterina, reduzindo a capacidade do organismo de reagir ao estímulo que provoca a dor. Cientistas chegaram a essa conclusão ao medir o nível de adrenalina no sangue de parturientes que demonstravam tranqüilidade, medo e ausência de reação uterina durante o trabalho de parto. O resultado foi um nível baixo nas pacientes não-temerosas, alto no segundo grupo e mais alto ainda no grupo com inércia uterina.

O que significa estar preparada?
É estar apta a participar com lucidez e cooperação da experiência do nascimento de seu filho. Do ponto de vista obstétrico, esse estado positivo de alerta pode reduzir a duração do trabalho de parto e a incidência de complicações que levem a intervenções cirúrgicas. A depressão pós-parto, que se atribui a uma angústia de separação, costuma também ser mais leve e rápida nas mulheres que se preparam para o parto. Uma atitude positiva em relação ao parto, dizem os especialistas, favorece a ligação imediata entre mãe e bebê.

Como se aprontar?
O primeiro passo é a escolha do obstetra, o profissional que vai orquestrar o nascimento do seu filho e precisa estar bem afinado com você, pois é uma de suas fontes de segurança. Além disso, existem cursos e técnicas específicos para gestantes, ministrados por instituições e profissionais especializados. Uns são mais voltados para os aspectos emocionais do parto, como o medo da dor; outros para o trabalho corporal. As técnicas mais conhecidas são a ginástica holística, a hidroginástica, a ioga, as técnicas de reeducação postural global (RPG) e as do shiatsu em piscina aquecida. A vantagem adicional de algumas delas é que os exercícios
são praticados com outras grávidas, o que leva à troca de experiências, outra fonte de segurança emocional. Por conta própria, faça caminhadas. Elas melhoram a capacidade cardiorrespiratória, ativando e oxigenando a circulação sanguínea e, como todas as práticas aeróbicas, liberam a endorfina, hormônio que neutraliza dores e gera uma euforia estável.

O que alivia a dor?

Seja otimista. Quando vier a contração, em vez de “mais uma”, que tal considerar “menos uma”? Massagens com movimentos circulares nas costas, perto do sacro, logo acima do bumbum, aliviam a dor ao produzir calor na região. Duchas e banhos de água morna também ajudam a relaxar. Mantenha ombros e pescoço relaxados, para diminuir a tensão no maxilar, cujas articulações têm reflexo direto na região do períneo. Essa simples medida pode facilitar o processo de dilatação. Outra dica é desviar a atenção da dor. Imagine, por exemplo, os movimentos que uma gota provoca ao pingar no centro de um lago tranquilo. Ela se irradia, como a dor, para depois sumir. Ao visualizar isso, você deixa a dor em segundo plano.

Lidando com a dor Dor do Parto

ELEMENTOS E RECURSOS

Apoio pode ser obtido do companheiro, mãe, amiga, doula ou uma combinação dessas pessoas. Não sentir-se solitária nesse momento tão importante e intenso, ser cuidada com massagens, carinho e informações, tudo isso pode ser uma grande ajuda na travessia do processo do parto. É importante que você confie nas pessoas que estão a sua volta, que perceba a sintonia entre todas elas e sua genuína intenção de estarem te auxiliando no bom êxito do seu trabalho de parto. Deve haver compreensão, paciência, competência e respeito para com seus ritmos e tempos.

Silêncio, privacidade e ambiente discreto – não ter que falar durante as contrações, não ter que ouvir conversa paralela, ou vozes alteradas de comando, até sons de ambientes vizinhos, não ter pessoas entrando e saindo o tempo todo, tudo isso ajuda no trabalho de parto.

Iluminação – para a maioria das mulheres, um ambiente na penumbra ou na meia luz é mais propício ao relaxamento. Você pode fechar cortinas, usar abajures, lâmpadas mais fracas, etc..

Música – para algumas mulheres a música é relaxante, para outras pode ser fonte de perturbação. O importante é que cada mulher escolha se quer ou não quer música, quando e quais músicas devem ser tocadas durante o trabalho de parto. Velas, aromas, cores – o uso de outros elementos ambientais podem ser muito importantes individualmente. Aromas, incensos, velas, luzes de cores especiais, enfim, todo recurso ambiental é válido e não deve ser desprezado, desde que seja de escolha da parturiente, e que seja disponibilizado nos momentos e intensidades desejados por ela.

Posicionamento – algumas posições servem para corrigir apresentações inadequadas do bebê, podem aumentar o fluxo sanguíneo do útero ou podem dar mais conforto. Embora bastante óbvio, é comum médicos ou regras hospitalares restringirem a posição da parturiente, deitada de lado durante o trabalho de parto
ou de costas na hora da expulsão.

Mobilidade – auxilia na mobilidade dos ossos da bacia e diminui o tempo de trabalho de parto. Também é óbvio, mas da mesma forma é comum as mulheres terem que passar o trabalho de parto deitada em macas em salas de pré-parto.

Massagem – os impulsos nervosos gerados pela massagem em determinadas regiões do corpo vão competir com as mensagens de dor que estão sendo enviadas ao cérebro, reduzindo as sensações de dor. São impulsos nervosos diferentes, competindo pelos mesmos receptores do cérebro. Essa massagem deve ser aplicada nos pés e mãos e funcionam como a técnica de contra-pressão (feita nas costas, durante a contração, na altura da borda superior da bacia). Massagens aplicadas nos ombros e pescoço são melhores entre as contrações e ajudam a relaxar. Já a massagem suave na barriga, braços e pernas dá a sensação de apoio físico e companheirismo. Todas têm grande valor.

Respiração – embora ninguém se "esqueça" de respirar, existem técnicas que ajudam a aumentar a oxigenação durante as contrações e o relaxamento durante os intervalos. Basicamente, entre contrações a respiração deve ser calma e profunda, propiciando maior relaxamento. Durante a contração, usa-se uma
respiração mais acelerada, começando lenta e ficando mais curta e rápida no auge da contração (como cachorrinho), voltando aos poucos a ficar mais profunda e longa conforme a contração vai se dissolvendo. Essa respiração aumenta a oxigenação. Embora essas sejam dicas úteis para o parto, a adaptação varia de
mulher para mulher e ao longo do trabalho de parto. Não exitem regras fixas, mas muitas mulheres se sentem bem ao receber essas dicas das pessoas que a estão acompanhando. Outras mantêm indutitivamente um ótimo ritmo respiratório, sem necessidade de auxílio.

Uso da água – um recurso importante, nas suas variadas formas. O chuveiro morno sobre as costas é relaxante e diminui a sensação de dor. Não há limite de tempo para a mulher permanecer no chuveiro. A água muito quente pode causar alguma queda de pressão. As banheiras comuns ou de parto também são
relaxantes, podem fazer diminuir o inchaço, e diminuem a sensação de dor. O ideal é que a imersão seja feita quando a dilatação já atingiu 5 ou 6 cm, para que não haja desaceleração do trabalho de parto. Saiba mais sobre o parto na água e o uso da água no trabalho de parto.

Relaxamento – a importância do relaxamento está em não permitir que você e seu corpo lutem contra a dilatação ou contra as dores por ela provocadas. Essa luta provoca tensão, que por sua vez desacelera o trabalho de parto e provoca mais dor. É assim que o relaxamento permite que seu útero faça o trabalho. Relaxar significa entre outras coisas se desconectar dos pensamentos ruins, das preocupações, do mundo exterior. A prática da meditação durante a gravidez facilita o relaxamento na hora do trabalho de parto.

Visualização – para muitas mulheres esse recurso é importante, pois promove o relaxamento e diminui as tensões. A parturiente pode visualizar o bebê descendo pela bacia, o bebê saindo de dentro dela, seu colo se abrindo, água caindo, coisas ficando pesadas e pendentes, enfim, tudo o que tenha uma simbologia de descida e abertura.

Pathy Oliver

Para uma gestação saudavél e consciente

Domingo, 15 de Maio de 2011


Mitos e Fatos


São poucos os fatos da vida envoltos em tanto mistério, medos e tabus quanto o parto. Talvez nem o sexo tenha sido tão mistificado, alguém aqui já ouviu falar de quem tenha medo de morrer de sexo? Ou de ter falta de líquido, cordão enrolado, bacia estreita para o sexo?

Quem já esteve grávida fartou-se de ouvir de amigos, parentes, conhecidos e até de desconhecidos sobre os grandes perigos do parto. Todo mundo tem uma história trágica a contar. São tantas histórias dramáticas que não consigo entender como é que as nossas cidades não estão povoadas de pessoas lesadas, paralisadas, ressecadas e enroladas em cordões assassinos! Sem contar nas mulheres alargadas e com incontinência urinária no último grau.

Qual é a grávida que não foi parada pela manicure, pela cobradora do ônibus, pela cunhada da prima da vizinha para ouvir uma história tenebrosa sobre o bebê que bebeu água do parto, que chorou na barriga, que fez cocô no líquido amniótico, que secou de tanto que passou da hora, que tinha 30 voltas de cordão no pescoço, que teve um parto seco, que teve um fórceps tão forte que lhe afundou o crânio de lado a lado?

Se você está grávida e se a sua barriga já aparece, certamente você já ouviu uma história dessas e não gostou nada dos pulos que seu coração deu. Pensando em ajudar as mulheres que se encontram nessa situação, aqui vão algumas dicas para ajudar a desmistificar os "grandes perigos" que as cercam quanto mais o parto se apróxima.

MITO EXPLICAÇÃO FATOS
Falta de Dilatação Muitas mulheres hoje em dia dizem que não conseguiram ter um parto porque tiveram falta de dilatação. Tecnicamente não existe falta de dilatação em mulheres normais. Ela só não acontece quando o médico não espera o tempo suficiente. A dilatação do colo do útero é um processo passivo que só acontece com as contrações uterinas.
Bacia Estreita Uma mulher com bacia estreita não teria espaço para a passagem do bebê Existem situações não muito comuns em que um bebê é grande demais para a bacia da mulher, ou então está numa posição que não permite seu encaixe. Não mais que 5% dos partos estariam sujeitos a essa condição. Além disso, tecnicamente é impossível saber se o bebê não vai passar enquanto o trabalho de parto não acontecer, a dilatação chegar ao máximo e o bebê não se encaixar.
Parto Seco Um parto depois que a bolsa rompeu seria uma tortura de tão doloroso. A verdade é que depois que a bolsa rompe o líquido amniótico continua a ser produzido, e a cabeça do bebê faz um efeito de "fechar" a saída, de modo que o líquido continua se acumulando no útero. Além disso o colo do útero produz muco continuamente que serve como um lubrificante natural para o parto.
Parto Demorado Um bebê estaria correndo riscos porque o parto foi/está sendo demorado. Na verdade o parto nunca é rápido demais ou demorado demais enquanto mãe e bebê estiverem bem, com boas condições vitais, o que é verificado durante o trabalho de parto. Um parto pode demorar 1 hora como pode demorar 3 dias, o mais importante é um bom atendimento por parte da equipe de saúde. O que dá à equipe as pistas sobre o bebê são os batimentos cardíacos. Enquanto eles estiverem num padrão tranquilizador, então o parto está no tempo certo para aquela mulher.
Bebê passou da hora O bebê teria como uma "data de validade" após a qual ele ficaria doente Os bebês costumam nascer com idades gestacionais entre 37 e 42 semanas. Mesmo depois das 42 semanas, se forem feitos todos os exames que comprovem o bem estar fetal, não há motivos para preocupação. O importante é o bom pré-natal. Caso os exames apontem para uma diminuição da vitalidade, a indução do parto pode ser uma ótima alternativa.
Cordão Enrolado A explicação é de que o bebê iria se enforcar no cordão umbilical O cordão umbilical é preenchido por uma gelatina elástica, que dá a ele a capacidade de se adaptar a diferentes formas. O oxigênio vem para o bebê através do cordão direto para a corrente sanguínea. Assim, o bebê não pode sufocar.
Não entrou/não teve trabalho de parto A idéia aqui é de que a mulher em questão tem uma falha que a impede de entrar em trabalho de parto A verdade é que toda mulher entra em trabalho de parto, mais cedo ou mais tarde. Ela só não vai entrar em trabalho de parto se a operarem antes disso.
Não tem dilatação no final da gravidez A explicação é que o médico fez exame de toque com 38/39 semanas e diz que a mulher não vai ter parto porque não tem dilatação nenhuma no final da gravidez. Tecnicamente uma mulher pode chegar a 42 semanas sem qualquer sinal, sem dilatação, sem contrações fortes, sem perder o tampão e de uma hora para outra entrar em trabalho de parto e dilatar tudo o que é necessário. É impossível predizer como vai ser o parto por exames de toque durante a gravidez.
Placenta envelhecida A placenta ficaria tão envelhecida que não funcionaria mais e colocaria em risco a vida do bebê O exame de ultra-som não consegue avaliar exatamente a qualidade da placenta. A qualidade da placenta isoladamente não tem qualquer significado. Ela só tem significado em conjunto com outros diagnósticos, como a ausência de crescimento do bebê, por exemplo. A maioria das mulheres têm um "envelhecimento" normal e saudável de sua placenta no final da gravidez. Só será considerado anormal uma placenta com envelhecimento precoce, por exemplo, com 30 semanas de gravidez.

Curiosamente, a amamentação também tem uma maravilhosa lista de mitos e lendas, sempre no sentido de diminuir a confiança da mãe em sua capacidade. Se você conhece algum mito interessante do parto ou da amamentação que queira nos contar, nós poderemos incluir neste quadro! Aproveite agora para cuidar de você e do seu bebê. Não deixe que os pessimistas de plantão estraguem esse maravilhoso momento da vida de vocês.



Ana Cristina Duarte
Doula, Educadora Perinatal, Graduanda em Obstetrícia pela USP Leste
Mãe de Júlia (Cesárea Desnecessária) e Henrique (Parto Normal Hospitalar)


Retirado do site da Parto do Princípio